Alguns empresários, especialmente aqueles que comandam pequenos e médios empreendimentos, costumam acreditar que basta tomar um nome aleatoriamente, pedir para uma agência de publicidade criar um logotipo qualquer e registrá-lo no INPI, (órgão governamental que define e autoriza o uso de marcas no Brasil), para se ter uma marca; quando na verdade, isso é apenas o início do processo. Uma marca não pode ser apenas mais um nome no universo das lembranças do consumidor. Ao contrário, é algo que cria vínculos emocionais baseados em valores nos quais ele acredita, por isso, demanda muita criatividade, envolvimento e altos investimentos, para que isso ocorra.
Quando alguém se torna especial em nossa vida, deixa de ser um simples nome, por nos “marcar” de forma contundente. Sua imagem permanece impregnada em nossas mentes e corações, quem sabe para sempre, por gerar uma impressão indelével, que não se apaga jamais. Essa com certeza é a melhor definição para aquilo que chamo de marca, e posso afirmar com certeza, que um simples “nome”, sem alma, ou conceito definido, nunca terá essa força.
Um produto ou serviço que deseja se tornar referência no mercado, necessita construir essa relação emocional com seu público alvo. Ser incomparável. Mais que isso, se tornar inesquecível. Ser lembrado em detrimento de todas as demais lembranças. Para tanto, precisará criar diferenciais significativos. Um conceito forte o bastante que o caracterize e possa distingui-lo de todos os demais. Algo fácil de planejar, mas de execução delicada, por demandar um esforço extraordinário, dedicação absoluta e imensa transferência de credibilidade. Afinal, em mundo de tantas “promessas”, está ficando cada vez mais difícil conquistar confiança diante de um público marcado pela crescente incredulidade.
Na qualidade de consultor nessa área de valor agregado, que envolve licenciamentos e gestão de marcas, observo com frequência, uma enorme quantidade de empresas a desperdiçar tempo e dinheiro em busca de espaço no mercado para seus produtos ou serviços, ignorando completamente a importância de uma análise mais profunda sobre o assunto “marcas”, como se esse tema fosse algo secundário em seus empreendimentos. Em alguns casos, a visão industrial voltada para o produto parece predominar. Investimentos na marca são preteridos em função da clara preferência por se investir em prédios, máquinas ou equipamentos, definindo o direcionamento da empresa para uma arriscada política voltada para guerra de preços, no cinzento mercado do vale-tudo por uma maior participação de mercado, sem grandes preocupações em tornar suas marcas inesquecíveis.
Portanto, a estupenda relação emocional gerada por algo que se valoriza, por conta de sua diferenciação ou relevância, é que define o conceito de uma marca e o grau de estima por seu usuário.
O tempo se encarrega de nos mostrar que nomes, mesmo que acompanhados de bonitos e criativos logotipos nascem e evaporam aos milhões, enquanto que marcas, por incorporar uma promessa e carregar valores geram fidelidade e permanecem para sempre.
Autor: Mauricio A Costa
Fonte:Revista INCorporativa